Tuesday, November 01, 2005

A minha vida não dava um livro

>> Disco-Pedido: Abertura da Coxinha do Tide



...eu estou mais para folhetim. Romance de cordel deslavado capaz de arrancar os suspiros trancados nos púdicos peitos das meninas de anteontem, que ontem deram lugar às da rádio e hoje às que pouco de meninas têm na Tv.

Mas os enredos são ainda e sempre os mesmos: amores e desamores, filhas abandonadas, traições, confusões e Escravas Isauras mais ou menos pós-modernas. Como nós, levadas ao epíteto do extremo. Mulher-a-dias somos todas, já lá diz a minha irmã. Ao que eu acrescento que quem nasce para Olívia Empregada nunca chega a Olívia Patroa. Quanto muito conseguirá saltitar até Coxinha do Tide.

A minha vida não dava um livro. Como talvez dêem poucas. Já não há finais felizes e hoje as princesas morrem no fim. Ser-se politicamente correcto torna os sonhos - e a escrita- mais difíceis. Regressemos então ao folhetim já com banda-sonora: a radionovela mal gravada, capaz de nos fazer saltar de emoção na beira de uma cadeira periclitante suspensa num universo que para além do nosso se alimenta só da palavra: imaginação.

Eu estou mais para rádionovela. Daquelas com direito a patrocínio de detergente e tudo. Porque a vida é isto. E branco mais branco não há.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

E n é q já inaugurou?:) Mal tenha tempo, tornar-me-ei uma "ouvinte" atenta!:)

3/11/05 5:03 PM  
Blogger carlos paulo said...

cá estarei para ouvir...

9/11/05 4:28 AM  

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