Diálogo
não conversas. da boca sai-te só essa verborreica náusea de palavras emprestadas todas as manhãs.
não sentes o prolongamento de ti no outro.
não conversas. apenas falas, no acto mecânico da respiração.
Falas devagar.
respiras devagar.
nem demais
nem de menos.
apenas a quantidade exacta e milimetricamente necessária ao gesto repetido dessas palavras cansadas.
conheci-te a vida toda, a adiares-te nessas mesmas palavras.
e o mundo com que as podias construir
dilui-se agora,
embaciado,
nelas.
não sentes o prolongamento de ti no outro.
não conversas. apenas falas, no acto mecânico da respiração.
Falas devagar.
respiras devagar.
nem demais
nem de menos.
apenas a quantidade exacta e milimetricamente necessária ao gesto repetido dessas palavras cansadas.
conheci-te a vida toda, a adiares-te nessas mesmas palavras.
e o mundo com que as podias construir
dilui-se agora,
embaciado,
nelas.
4 Comments:
Há tanta gente q vive neste silêncio...
que bonito.
vou voltar.
(:
beauty, como tudo, lays in the eyes of the beholder.
mas esta beholder aplica a mesma expressão a uma visitinha rapida a tua omelette de palavras.
No se trata de hablar,
ni tampoco de callar:
se trata de abrir algo
entre la palabra y el silencio.
Quizá cuando transcurra todo,
también la palabra y el silencio,
quede esa zona abierta
como una esperanza hacia atrás.
Y tal vez ese signo invertido
constituya un toque de atención
para este mutismo ilimitado
donde palpablemente nos hundimos.
Roberto Juarroz
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