Sunday, October 01, 2006

Mediocridade

não sonhas. sentes o gesto no aconchego do braço, prolongamento uniforme da conformidade confortável de existir sem estar sozinho.

a palavra perde assim o sentido, a cada despertar de ombros e olhares inquietos - tão poucos- com que te cruzas nalgumas manhãs. E no caminho para o trabalho e para casa e casa para o trabalho, o roçar da mediocridade, a adormecer-te continuamente por dentro.

O torpor quotidiano dos carros, das conversas incapazes de prolongar o limite de ti mesmo. A miopia cómoda, a desfocar a linha ténue onde começa o teu futuro. O cansaço derrotado. Não sonhas. e em teu redor a tua imagem e a dos outros cada vez mais desfocada, incapazes de sonhar sozinhos.

Assim, tão humanos, sem nos sabermos tocar.

1 Comments:

Blogger domakesaythink said...

sabes que me repito muito mas...

"
POESÍA VERTICAL 14

He encontrado el lugar justo donde se ponen las manos,
a la vez mayor y menor que ellas mismas.

He encontrado el lugar
donde las manos son todo lo que son
y también algo más.

Pero allí no he encontrado
algo que estaba seguro de encontrar:
otras manos esperando las mías.
"

Roberto Juarroz


wings,arms, wide wide open... (:

2/10/06 4:53 PM  

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