Thursday, April 27, 2006

Mot de jour

Ando demasiado Nina Simone para o meu gosto.

But well, I tend to be independently blue.

Monday, April 24, 2006

No espelho dos outros

Eu = sou uma ribeira azul.

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Niilismo de véspera de feriado

Hoje apetece-me só existir.
Limitar o esforço ao pestanejar sonolento das pálpebras das horas no relógio.

Friday, April 21, 2006

Os tributáveis #2

Gosto da minha cidade. do fumo do pó das obras de perder os olhos nos autocarros "83 Portela" outdoors "A Cila é que sabe" camiões "mudatudo.com mudanças para todo o país" e os ouvidos em conversas alheias da vizinha "parece que ele afinal anda com outra" da adolescente empedernida sentada no banco da paragem com o proto-moderno slip espreitando ameaçadoramente o mundo para além das calças "acho que vou ficar elas são muito simpáticas" ou a resposta da amiga da dita cuja "olha lá que já sabes: nem tudo o que luz é ouro".

Poesia urbana.

Quotidiana, como a vida.
Assim mesmo.
Sem a pretensão de rimar.

Thursday, April 20, 2006

Cartografia sentimental

ele pergunta-lhe: "O que é para sempre?"

ela responde: "As tuas mãos serem ainda a extensão da memória no meu corpo. E os gestos que desenham já não serem os da curva do riso no meu rosto."

Livro de Estilo #8

Chefiar = é ter dores de cabeça de dimensão directamente proporcional ao número de dependentes

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Wednesday, April 19, 2006

Livro de Estilo #7

Dor = A dor é este sentir-se da vida como um todo de pequenos gestos inúteis que desenhamos com as mãos frias.

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Livro de Estilo#6

Ausência = E é apenas na ausência que aprendemos o peso da presença quotidiana dos outros em nós.

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Tuesday, April 18, 2006

Os 10 pecados mortais

Este blog não tem estado a ser ignorado.

Pelo contrário: tem estado a gozar uma santa páscoa - na mais pura e crente acepção do termo.
Que é como quem diz, armado em beato assustado pelas imagens dantescas de um Inferno escabroso ou do sangrento Cristo do Unamuno, tem seguido à risca as adendas à Bíblia do nosso (vosso) novo Papa e evitado os três novos pecados mortais:

1) utilizar a Internet
2) ler jornais
3) ver televisão.


Á terceira já estava, de resto, mais habituada. Agora quanto às outras duas, parece-me que trabalhar sem utilizar a primeira e sobreviver sem a segunda, nos tempos que correm se torna tão difícil como encontrar alguém que, de facto, tenha lido a Bíblia.

Essa é, de resto, umas das ocupações sugeridas pelo Santo (?) Padre em substituição das modernices tecnológicas e mentalmente mais (jornais) ou menos (televisão) estimulantes. Actividade cerebral só a da assimilação do conteúdo da Bíblia senhores. Resta saber se este exercício de memória inclui o Códice de Judas ou se nem por isso (eu cá tenho as minhas suspeitas...).

E porque é que será que isto me soa tão Calvinista?

à laia de prevenção, parece-me que as novas profissões deviam começar a exigir um novo subsídio - o de condenados à danação eterna. Bem, e condenada por condenada, acho que vou ali mas é comprar o jornal.

Friday, April 07, 2006

Livro de Estilo

miopia= não é falta de vista. É excesso de Visão.

Ás vezes são precisas lentes para quebrar os filtros de vidro em que se reflecte a realidade. Os óculos são prismas de luz, capazes de decompôr essa, à primeira vista, única verdade branca, em todo um espectro de cor, metáfora de diversidade.

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Os tributáveis #1

Sentados no tempo do banco amarelo
os teus pés desenham quotidianos círculos
na paragem do vazio.

Thursday, April 06, 2006

Omelette em Onda curta

A omelette tem o sabor das coisas simples. Palavras que se mordem, sumarentas por dentro como cerejas de cor. Por isso trouxe-a para perto do que digo. Na proximidade indizível das letras em onda curta.

"you are beautiful and you are alone *

ninguém te nota os passos se passares sempre, como o tempo. e é como quando tens vontade de chorar - finges sempre que não queres, mas sabes que vais gostar.

* afraid, patrick wolf" by joana


Pride and Prejudice

Os políticamente correctos/eufemísticos chamam-lhe "ecletismo"
Os main stream reagem, rindo, com comentários na linha de "só gostas de coisas esquisitas!", afirmando orgulhosamente a previsibilidade dos seus hábitos e gostos.
Os anti-main stream reagem, rindo, mas de forma discreta, sarcática e com laivos de complexos de superioridade, afirmando orgulhosamente os seus igualmente prevísiveis hábitos e gostos.

No meio, o ecletismo.
Tenho a dizer que não sou eclética ou sequer antagónica.

O problema é mesmo esta minha emotividade kitsch em conflito com uma estética high culture.

Sob o fio da navalha do estereótipo de consumo cultural, mais uma indefinida caminha.

Não gosto de esterótipos. Seja de que tipo forem. Já vos tinha dito. A liberdade de escolha, como a vida, não cabe em etiquetas.

Monday, April 03, 2006

Teoria Construtivista

Os homens das obras são a terapia dos fracos de ego.

Telegrama

Na rua onde já não moras vive ainda a ausência do teu nome.

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